terça-feira, 27 de abril de 2010

Saudade da gente.


Quanta saudade
Do teu cheiro, da tua voz
Do teu jeito meu de ser
De sentir os teus beijos, teus carinhos
E depois enlouquecer
Nessa paz que fica
De não ter tempo nem momento
De ser simplesmente
E fazer acontecer
De quase morrer
Num minuto de incerteza
Por amar mais que queria
Mas como controlar o que não sacia?
E para que calar o que já evidencia?
Aparências? Que sentidos elas tem
Se o amor não as pode ver
Ah! Que saudade de matar
Esse explosivo desejo
De querer até quase enlouquecer
E então sossegar num abraço
Infinitos segundos de reencontro
Para acalmar toda ânsia
E o desespero de não ter

Quanto tempo o tempo tem?

Ah... o tempo. Muito louco o tempo. Tão relativo, tão forte, tão sábio e as vezes tão odiado, as vezes tão rápido pra uns e tão devagar pra outros... Só o tempo pra trazer e também só ele pra levar. E mais uma vez estou entregue a ele. Só me resta esperar, mas será que vai da tempo?
Só não deixe o tempo passar do tempo de ser a tempo.

Pense...

Terrível o pensar. Eu penso tanto e me canso tanto com meu pensamento que as vezes penso em não pensar jamais. Mas isto requer ser bem pensado, pois se penso demais acabo despensando tudo que pensava antes.
E se não penso fico pensando nisso o tempo todo.

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Da noite pro dia.


Da noite pro dia
No murmurinho de uma agitada padaria
A calmaria.
Do sorriso de uma doce leonina menina
Que um vestido amarelo vestia
E sua tatuagem escondia
As verdadeiras marcas que trazia
Eis que surge a magia
Pura sintonia
Não sabia que aquela seria
A serventia de minhas futuras linhas
Ela sorria e me garantia
Estar na maior alegria
Por conta da alma vazia
Da noite pro dia
Impregnou-se em cada fração dos meus próximos dias
A noite tão logo se pôs, para o dia
E assim a Bela adormecia.

sexta-feira, 12 de março de 2010

Pedaço

Do laço do meu abraço
Um amasso
Não me diga que tem embaraço
De qualquer forma te venço pelo cansaço
Te trespasso
Até pelo avesso
Te devasso
Isso eu faço
Só não invada o meu espaço
Que logo me refaço
Aperto o passo
Em descompasso
Volto pro meu pedaço
Até o próximo amasso

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Praticando o desapego.

Você era sol e eu queria luz. Era chuva e eu precisava de água. Éramos começo, novidade. O primeiro doce do pacote, a primeira mordida de uma boca com fome. E eu era faminta. Saboreava a vida como um tempero exótico. Eu era a cega que voltava a ver, e você era a primeira tonalidade. Enfim, éramos um doce. Um doce problema. Porque o problema de toda novidade é que o novo tem validade.
Curta. Não importa o quanto o sentimento seja legítimo: se é novo, uma hora fica velho. Com o tempo, cria artrites, os ossos enfraquecem, e como nas pessoas, o coração falha. Às vezes entope, às vezes corre. Mas tem vezes que pára. Hoje eu quis entender porque é que o meu desacelerou. Se era antes capaz de parar o tempo, decretar a paz e jurar estabilidade, hoje negou a si mesmo. Não porque era superficial, nem porque não aguentou o tranco. Sinceramente, eu nem sei bem o por quê. Só sei que hoje eu quis um pouco mais de mim e um pouco menos de você.
Não sei se chamo isso de fracasso, vulnerabilidade ou se é só uma lição pra me fazer te dar valor quando tudo não parecer mais tão seguro. Sou vulnerável às mudanças do tempo e não tenho imunidade contra o desinteresse. Ninguém tem. Ninguém que teve um brinquedo, uma música favorita ou um sentimento extraordinário saberia eternizar o impulso do início. A insatisfação, muitas vezes, é o que faz as coisas andarem. E desta vez, ela me faz andar para um lado contrário ao teu.
Por mais que a contraditória aqui seja eu. Ou que as palavras tão firmes de antes hoje pareçam poeira. Se até a dona natureza, que é sábia, tem mudanças de estações, eu – que sei tão pouco de tudo – acho que também posso ter. E posso criar meu próprio ‘tsunami’ se bem entender. Correndo o risco sim, de parecer volúvel. Mas nunca me entregando à mediocridade que é viver com um coração resignado. Ou de oferecer amor em um tom apagado. Se é vida o que você me propõe, considere a missão cumprida. Quanto mais inexplicável tudo parece, mais eu me sinto viva.

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Ah, o verão.


Tudo bem que São Paulo fica muito melhor no frio, mas vamos combinar que não há nada melhor que as caipirinhas sem culpa as onze da manhã, os mergulhos em águas mornas e a overdose de havaianas. Isso sem falar nos sabores de sucos super extravagantes do Balada Mix ou do milk shake de açai do sempre presente, Big Polis.
São Paulo é bacana para ver Fernanda Montenegro no palco em uma tarde friorenta de domingo ou então tomar aquele chocolate quente especial da Bella Paulista numa madrugada de sábado. Agora o verão, ah, o verão só nas areias escaldantes do meu lindo Rio de Janeiro.